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Entre a ressaca do martíni e a do cinema, prefira a segunda! |
Os
indivíduos contemporâneos vivem constantemente cercados por pressão. É a mãe que grita, o namorado que reclama atenção, o chefe
que pede o relatório, o professor que exige novos trabalhos, as notas na
faculdade que variam entre o ruim e o pior... Impossível dar conta. Precisamos
fugir da realidade de vez em
quando. Há tanto para ser feito e há tanta cobrança também que,
em alguns momentos, é necessário desligar-se e dedicar um período apenas ao
relaxamento de nossas mentes. Nessas ocasiões, os filmes podem ser grandes
aliados. O cinema pode funcionar como uma dose de bobagem para que consigamos
encontrar um equilíbrio ou, pelo menos, um gás para enfrentarmos as
complicações cotidianas.
Há
quem goste do cinema europeu, mas quando falamos em bobagem, nada melhor do que
um típico filme hollywoodiano. Afinal, a indústria de Hollywood conseguiu
desenvolver um sistema de identificação da sociedade com suas produções.
Conseguimos nos enxergar nos mocinhos ou nos vilões, relacionamos os sonhos e
as vontades deles com as que temos. Melhor, temos a ideia de que é possível
alcançar a felicidade e atingir os nossos objetivos. Os filmes “massificados”
nos dão esperança. Eles mexem com nossas emoções e, principalmente, estimulam
nossa imaginação.
A
estética de Hollywood constrói produções quase palpáveis. É fácil entrar e
viajar junto com a história, pois os elementos, o ambiente, os atores... Tudo
não passa de uma representação quase fiel da realidade e do comportamento
humano. Por cerca de 90 ou 120 minutos nos desligamos do nosso mundo para entrarmos em outro. Para nós, esse
outro lugar é como o que vivemos, a diferença é que nele tudo dá certo no final
e no último momento, nos últimos segundos antes de aparecer o “the end” a
felicidade sempre rouba a cena. O mocinho abraça intensamente sua amada, eles
se beijam e todo o sucesso está garantido. É
isso que realmente queremos. Desejamos ser surpreendidos com uma felicidade
premeditada. Gostaríamos que a nossa vida fosse como nessas comédias românticas
baratas em que o personagem principal leva uma vida comum e sem graça, a não
ser pelo fato de se dar mal desde o início. Ele acha que nunca vai encontrar o
amor verdadeiro ou já o encontrou, mas não tem chances. De repente, algo
maravilhoso acontece. Nos filmes hollywoodianos é tudo previsível e é isso que
a maior parte das pessoas procura: estabilidade. Queremos saber exatamente onde
estamos pisando e, claro, queremos ser felizes – mesmo que seja apenas na
última cena, pois é esse sentimento que nos dá vontade de percorrer nossos
caminhos, essa esperança de que o nosso final também seja feliz. O cinema, com
essa imagem progressista norte-americana acalenta nossas preocupações, é um
refúgio quando estamos descontentes, uma possibilidade de nos realizarmos – ainda que por alguns
minutos.
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