1.6.12

Uma dose de bobagem, por favor!


Entre a ressaca do martíni e a do cinema, prefira a segunda! 
Os indivíduos contemporâneos vivem constantemente cercados por pressão. É a mãe que grita, o namorado que reclama atenção, o chefe que pede o relatório, o professor que exige novos trabalhos, as notas na faculdade que variam entre o ruim e o pior... Impossível dar conta. Precisamos fugir da realidade de vez em quando. tanto para ser feito e há tanta cobrança também que, em alguns momentos, é necessário desligar-se e dedicar um período apenas ao relaxamento de nossas mentes. Nessas ocasiões, os filmes podem ser grandes aliados. O cinema pode funcionar como uma dose de bobagem para que consigamos encontrar um equilíbrio ou, pelo menos, um gás para enfrentarmos as complicações cotidianas.
Há quem goste do cinema europeu, mas quando falamos em bobagem, nada melhor do que um típico filme hollywoodiano. Afinal, a indústria de Hollywood conseguiu desenvolver um sistema de identificação da sociedade com suas produções. Conseguimos nos enxergar nos mocinhos ou nos vilões, relacionamos os sonhos e as vontades deles com as que temos. Melhor, temos a ideia de que é possível alcançar a felicidade e atingir os nossos objetivos. Os filmes “massificados” nos dão esperança. Eles mexem com nossas emoções e, principalmente, estimulam nossa imaginação.
A estética de Hollywood constrói produções quase palpáveis. É fácil entrar e viajar junto com a história, pois os elementos, o ambiente, os atores... Tudo não passa de uma representação quase fiel da realidade e do comportamento humano. Por cerca de 90 ou 120 minutos nos desligamos do nosso mundo para entrarmos em outro. Para nós, esse outro lugar é como o que vivemos, a diferença é que nele tudo dá certo no final e no último momento, nos últimos segundos antes de aparecer o “the end” a felicidade sempre rouba a cena. O mocinho abraça intensamente sua amada, eles se beijam e todo o sucesso está garantido. É isso que realmente queremos. Desejamos ser surpreendidos com uma felicidade premeditada. Gostaríamos que a nossa vida fosse como nessas comédias românticas baratas em que o personagem principal leva uma vida comum e sem graça, a não ser pelo fato de se dar mal desde o início. Ele acha que nunca vai encontrar o amor verdadeiro ou já o encontrou, mas não tem chances. De repente, algo maravilhoso acontece. Nos filmes hollywoodianos é tudo previsível e é isso que a maior parte das pessoas procura: estabilidade. Queremos saber exatamente onde estamos pisando e, claro, queremos ser felizes – mesmo que seja apenas na última cena, pois é esse sentimento que nos dá vontade de percorrer nossos caminhos, essa esperança de que o nosso final também seja feliz. O cinema, com essa imagem progressista norte-americana acalenta nossas preocupações, é um refúgio quando estamos descontentes, uma possibilidade de nos realizarmos – ainda que por alguns minutos.

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